Não cultivamos o bom hábito de nos conhecermos melhor, bem as pessoas com quem
convivemos. Esse descuido pode dar origem a problemas até angustiantes.
Sem treino, pouco conseguimos perceber da personalidade das pessoas, mesmo as
do convívio diário. Observamos apenas as aparências e nos espantamos com as
doenças decorrentes das desarmonias do nosso caráter e dos outros. Exemplo:
“Uma pessoa tão boa, só sabe ajudar os outros e aparece com câncer... que
injustiça! Às vezes duvido que exista justiça divina!”.
Em primeiro lugar, durante o sofrer, esquecemos quem somos e o que fazemos
aqui. Na nossa condição evolutiva atual isso é logico, pois confundimos escola com
colônia de férias. Cuidado: hoje, quem de nós está apenas observando o
sofrimento dos outros?
Quando surge o câncer ou qualquer outra doença que anuncie a morte é presente
merecido no bom sentido, pois a pessoa está merecendo uma chance de resgatar débitos de outros tempos em dias, meses
ou anos; problema sério é para aquele que desencarna de súbito, sem aviso
prévio.
Aparentar é muito diferente de ser e é preciso treino para diferenciar as duas
ocorrências.
Na mágoa, o sentimento de frustração está sob
relativo controle da razão. No ressentimento, a
emoção ganha da razão. No ódio, o desejo
de vingança e a razão já desencadeiam uma ação concreta.
As formas como interpretamos as emoções decorrentes de nossas relações podem
nos fazer adoecer. A mágoa, por exemplo, é um fator importante na formação de
displasias e tumores (de acordo com as tendências pessoais). Com as devidas
ressalvas, o treino do perdão é eficaz vacina contra tumores. Aprender a
interpretar as atitudes do próximo, não esperando além do que ele tem a nos
oferecer, é uma forma de prevenção. Se zelarmos pela qualidade das relações,
estaremos protegendo a nós e aos outros de possíveis somatizações.
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