Existem pessoas que tem muita dificuldade de
decidir. Já outras, apenas passam por momentos de indecisão. E geralmente isto
acontece porque não sabemos que a melhor maneira de decidir, é aquela da qual
nós contemplamos os nossos desejos também.
Veja no consultório que na maioria das vezes, esta
dificuldade está relacionada a falta de poder pessoal e de amor próprio. É
comum, quando vamos decidir por algo, tomarmos por base o que outros querem ou
esperam de nós. O que nem sempre é o que queremos ou gostaríamos de fazer.
Portanto, todas as vezes que precisamos tomar uma
decisão importante, precisamos perceber onde está o nosso foco. Em quem estamos
focando?
Quase sempre quando focamos no outro,
frustramos-nos e a outra pessoa não reconhece o que fizemos por ela. Por isso
que muitas pessoas expressam seus desejos e suas vontades, mas quando a
oportunidade de concretizá-los surge, elas recuam. Em vez de abraçar com garra,
sucumbem porque estão apegadas a algo ou a alguém.
Neste caso, precisamos aprender a desapegar. E o
desapego não significa negligenciar as relações familiares, de trabalho ou de
amizade; é apenas uma sensação interior de liberdade. Essa liberdade da alma
tem responsabilidades, mas consegue compreender espiritualmente que tudo na
vida passa e que ninguém é dono de ninguém. O sentimento de desapego implica
respeitar os direitos das pessoas com quem convivemos e, principalmente,
soltar-se para ir avante com nossos próprios sonhos, diz Cristina Cairo em “A
Lei da Afinidade”.
Para tanto, é necessário abandonar a carência, pois
ela nada mais é do que o medo da solidão. E a dor da solidão nada mais é do que
o distanciamento de Deus ou do amor incondicional. O amor verdadeiro liberta as
pessoas para que sigam sua jornada, sabendo que encontrarão com quem
compartilhar suas crenças e seus sentimentos.
A chave é respeitar os nossos sentimentos e
aprender a mentalizar o que temos condições de abraçar. Ou pensar em nós. Todas
as vezes que tomamos uma decisão pensando no bem do outro, pode ter certeza que
tomamos a decisão errada e consequentemente atrairemos para a nossa vida
situações desastrosas. Parece que tudo dará errado.
A dica para decidir é relaxar, meditar e esvaziar a
mente. Parar, respirar e sentir apenas o próprio coração. Já dizia o ditado que
devemos “pensar com coração”. Claro porque o nosso coração é como se fosse a
nossa essência mais pura e verdadeira. E quando acessamos essa verdade,
entramos em contato com algo que é favorável para nós sem prejudicar ninguém.
Entretanto, se decidirmos racionalmente, a
probabilidade da decisão ser tomada de forma errada é grande. Nossa mente não
tem sentimento, ela apenas tem consciência das coisas. Então, é um risco muito
grande usar apenas a razão para definir algo. Primeiro que os nossos olhos
físicos nos enganam há todo momento, e segundo que vivemos iludidos e apegados.
E viver na ilusão do que vemos fisicamente com o que acreditamos ser, está
muito longe do que é essencial para a alma. Isto quer dizer que
inconscientemente temos muitas coisas escondidas e guardadas que preferimos não
mexer, mas que é necessário.
Para finalizar indico que todas as vezes que
precisar tomar uma decisão, pense em si também. Reflita o quanto será bom tomar
essa atitude, tanto quanto será para os outros. Evite pensar apenas no bem dos
outros ou só em si mesmo. Pois quando o peso da balança pende para um dos
lados, a chance de alguém sair prejudicado é grande.
Por Cátia
Bazzan – Autora do livro Ame Quem Você é – Saiba que a melhor escolha é a sua