De alguma maneira, todos nós temos, em maior ou menor grau, a
consciência de que a vida acontece “AQUI”, no presente momento em que estamos
vivendo. Mas por que é tão difícil trazer o “Conceito” para o nosso viver
“prático”?
Na maioria das vezes, vejo pessoas sofrendo, sabotando o novo em suas
vidas, simplesmente porque vivem o culto ao passado... Cultuam aquilo que foi
e, muitas vezes, motivadas pelas frustrações, cultuam o que “poderia ter sido”,
e não foi.
Mágoas de infância, relacionamentos desfeitos, amores que terminaram,
pessoas que morreram ou que simplesmente se foram de nossas vidas, seja porque
o tempo que tinham para viver conosco acabou ou porque suas almas ansiavam por
outras experiências.
Não importa se o que nos mantêm presos ao passado são coisas, pessoas ou
experiências, o que não podemos permitir é que se transformem em âncoras que
nos impeçam de zarpar em direção à felicidade.
Por maior que seja a nossa dor (pela frustração ou pelas perdas),
enquanto ficarmos presos em um tempo “lá atrás”, o hoje, o AGORA, não poderá
ser desfrutado.
Quando nos lembramos das emoções vividas no passado, positivas ou
negativas, e elas nos amarram, isto se torna negativo. O ato de seguir olhando
para trás nos petrifica.
Podemos usar como simbolismo a história bíblica da mulher de Lot.
Quando o anjo pediu que Lot e a família
deixassem a cidade de Sodoma, que seria
destruída, pediu também, que, ao saírem, não olhassem para trás. Porém, a
mulher de Lot olhou e transformou-se
imediatamente em uma estátua de sal.
Olhar para o passado, sem transformar a vivência pelo fogo da
compreensão e sem integrá-la harmoniosamente ao nosso presente, torna-se uma
atitude petrificante.
Precisamos queimar com o fogo da compreensão, o sofrimento, o apego, a
dor e todas as emoções que nos amarram aos espinhos do passado. E que as cinzas
(a essência da sabedoria que o passado nos oferece) sirvam para adubar o chão
do nosso presente, para vivermos bem - no Aqui e Agora.
Amor e Luz em seus caminhos!
- Por Irene Carmo Pimenta -