sábado, 10 de maio de 2014

PELO DIA DAS MÃES







Mãe, que te recolhes no lar, atendendo à Divina Vontade, não fujas a renuncia
que o mundo te reclama ao coração.
Recebeste no templo familiar o sublime mandato da vida.
Muitas vezes, ergueste cada manhã, com o suor do trabalho, e confiaste à noite,
lendo a página branca das lagrimas que te emanam da alma ferida.
Quase sempre, a tua voz passa desprezada, com vazio rumor o alarido das
discussões domestica, e as tuas mãos diligentes servem com sacrifício, sem que ninguém
lhes assinale o cansaço...
Lá fora, os homens guerreiam, entre si, disputando a posse efêmera do ouro ou
da fama, da evidencia ou da autoridade... Além, a mocidade , em muitas ocasiões,grita
festivamente, buscando o mentiroso prazer do momento rápido...
Enquanto isso, medita e esperas, na solidão da prece, com que te elevas ao
Alto, rogando a felicidade daqueles de quem te fizeste o gênio guardião.
Quando o santo sobe às eminências do altar, ninguém te vê nas amarguras da
base, e quando o herói passa, na rua, coroado de louros, ninguém se lembra de ti, na
retaguarda de aflição.
Deste tudo e tudo ofereceste, entretanto, raros se recordam de que teus olhos
jazem nevoados de pranto e de que padeces angustiosa fome de compreensão e carinho.
No entanto, continuas amando e ajudando, perdoando e servindo...
Se a ingratidão te relega à sombra na Terra, o Criador de tua milagrosa
abnegação vela por ti dos Céus, através do olhar cintilante de milhões de estrelas.
Lembra-te de que Deus a fonte de todo o amor e de toda a sabedoria, é
também o Grande Anônimo e o Grande Esquecido entre as criaturas.
Tudo passa no mundo...
Ajuda e espera sempre.
Dia virá em que o Senhor, convertendo os braços da cruz de teus padecimentos
em grandes asas de luz, transformará tua alma em astro divino a iluminar para sempre a
rota daqueles que te propuseste socorrer.



Meimei / Chico Xavier