quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Os Perigos Por Trás Dos Remédios Sem Receita


Vendidos abertamente em farmácias, sem qualquer regularização ou supervisão médica, você pode até pensar que remédios sem receita são seguros. Entretanto, medicamentos como o ibuprofeno ou paracetamol podem ser muito prejudiciais à sua saúde. O uso prolongado dessas substâncias pode danificar o seu fígado e rins, bem como causar infartos e derrames. Então, quais são os perigos por trás desses medicamentos e como evitá-los?


Como os remédios tornam-se disponíveis:

Antes dos medicamentos aparecerem nas prateleiras das farmácias, eles passam por diversos estágios de pesquisa e testes, para verificar sua eficácia, segurança e efeitos colaterais. Na fase inicial, ou fase pré-clínica, as propriedades farmacológicas da droga são testadas em animais de laboratório e amostras de tecido humano. Os testes também incluem o potencial de causar defeitos pré-natais ou tumores em embriões. Se a fase inicial é bem sucedida, a pesquisa passa à fase de testes clínicos em voluntários saudáveis, usando uma dose baixa da droga, para observar seus efeitos e eficácia em seres humanos.

Na segunda fase clínica, os pesquisadores filtram centenas de pacientes, administrando neles diferentes doses da droga. Esse processo leva cerca de 2 anos, até entrar no terceiro estágio clinico – a administração da droga em milhares de pacientes, através de centros médicos locais. Para verificar os reais efeitos da medicação, alguns grupos de controle recebem placebos em vez da droga. Uma vez que essas quatro fases são bem sucedidas, os pesquisadores solicitam a aprovação do governo. Entretanto, isso não conclui a fase de testes, pois, uma vez que mais pessoas começam a tomar a droga, novos efeitos colaterais podem surgir.


Os perigosos efeitos colaterais de medicamentos populares

Cada medicamento possui sua gama de efeitos colaterais. Portanto, antes de tomá-los, leia este guia e certifique-se de que sabe dos seus danos em potencial.

1. Ibuprofeno: Danos aos rins e fígado, infartos.

Nomes comerciais: Advil, Motrin, Alivium, Maxifen, Doraplax, e outros.

No final da Segunda Guerra Mundial, a empresa Bayer descobriu a capacidade da aspirina para reduzir a inflamação e dores. Desde então, a família dos AINEs (anti-inflamatórios não-esteroides) expandiu, incluindo muitas outras drogas que suprimem 2 enzimas chamadas COX. Entre estes medicamentos, um dos mais populares é o ibuprofeno, desenvolvido pelo Dr. Stewart Adams, em um laboratório improvisado em sua casa. Foram anos de desenvolvimento antes que ele apresentasse sua criação à empresa.

Se usado por um período prolongado, o ibuprofeno pode causar hemorragias gástricas, e, portanto, não é recomendado às pessoas que sofrem de úlceras ou inflamações gástricas e àquelas que tomam anticoagulantes ou sofrem de problemas de coágulos. O ibuprofeno também pode diminuir o efeito de algumas medicações para pressão arterial.

Em casos extremos, o ibuprofeno pode ser ainda mais perigoso: cerca de 15% dos usuários apresentam danos no fígado. Em casos mais raros, pacientes apresentam icterícia, hepatite, e até mesmo falha hepática, o que pode levar à morte.



2. Paracetamol: Um dos mais tóxicos medicamentos existentes.

Nomes comerciais: Tylenol, Resfenol, Cefalium, Resprin e outros.

O paracetamol é um dos mais comuns medicamentos encontrados nas casas de todo mundo, mas poucos sabem da extensão de sua toxicidade.

Os efeitos colaterais desse medicamento são muito raros, mas uma overdose pode ser fatal. Uma quantidade de 8 gramas por dia (16 comprimidos) pode levar a danos irreversíveis no fígado e até à morte. A dose máxima diária permitida é de 6 comprimidos, com um período de 4 horas entre cada 500mg.

Paracetamol é muito perigoso quando ingerido com álcool, suco de toranja (grapefruit), medicamentos para pressão arterial ou suplementos que contêm Hipérico. Essa combinação pode também causar danos ao fígado. Consulte a bula antes de tomar o paracetamol com qualquer outro medicamento. O paracetamol também tem efeito vasoconstritor, motivo pelo qual não pode ser utilizado por pessoas com problemas cardíacos ou circulatórios.


3. Aspirina (ácido acetilsalicílico): Popular, mas perigosa.

Nomes comerciais: AAS, Aspirina, Buferin, Melhoral e outros.

Uma das maiores invenções da medicina, a força da aspirina vem do ácido acetilsalicílico – o seu principal ingrediente. Ele não só reduz a febre e dor, como também age como um eficaz anticoagulante que pode prevenir infartos e derrames. Recentemente, foi descoberto que ele pode até ajudar a prevenir alguns tipos de câncer. Entretanto, apesar de todos os seus benefícios, a aspirina não é tomada sem riscos.

A aspirina inibe as enzimas COX, que são responsáveis pela produção de muco e regulação de temperatura, dor e inflamações. Em anos recentes, descobriu-se que as propriedades preventivas da droga incluem a anticoagulação, e a redução de inflamações que levam a infartos e derrames.

Um dos maiores efeitos colaterais dos anti-inflamatórios não-esteroides é sua tendência a irritar o estômago e causar ulceras e sangramentos, o que é causado por sua propriedade de inibição da enzima que produz muco. Por isso, é recomendado tomar aspirina apenas de estômago cheio. Em casos raros, a aspirina pode provocar a Síndrome de Reye em crianças e adolescentes, e levar a danos no cérebro e fígado. Por isso não se deve administrar aspirina a crianças antes dos 12 anos.

A aspirina não deve ser combinada com as seguintes drogas:

Anticoagulantes: a aspirina pode aumentar a eficácia do remédio, causando hemorragias.
Antiácidos: a acidez estomacal reduzida pode impedir que a aspirina dissolva e vá até a corrente sanguínea.
Corticosteroides: Podem aumentar a irritação estomacal e causar úlceras.
Medicamentos para Gota: A aspirina reduz a concentração do ingrediente ativo (Alopurinol) no sangue, acabando com sua eficácia.
Diuréticos: A aspirina reduz a concentração de diuréticos no sangue.
Fenobarbital: Usado para tratar convulsões, ele se tornará menos eficiente quando combinado com a aspirina.
Fenitoína: Também usada contra convulsões, ela pode se tornar tóxica quando administrada com a aspirina.

Evite os efeitos colaterais:

Não seja tímido: É o trabalho do farmacêutico lhe informar sobre os possíveis efeitos colaterais, bem como sobre as interações medicamentosas. Conte a ele tudo o que você toma além do remédio que está comprando.

Leia a bula: Mesmo drogas que você toma há muito tempo podem tornar-se perigosas conforme você fica mais velho e começa a tomar outros remédios. A bula também lista os feitos colaterais, as interações com outras drogas e as contraindicações do medicamento que você está prestes a tomar.

Ajuste a dosagem ao seu peso: Todos os medicamentos devem ser ajustados ao peso do paciente para evitar uma overdose. Isso é especialmente importante em crianças e bebês.

Relate todos os efeitos colaterais: Se você sofrer de qualquer efeito colateral, conte ao seu médico imediatamente! Talvez seja preciso que você ajuste a dosagem ou tome uma medicação diferente.

Evite a exposição prolongada: Não tome nenhum medicamento por mais de 3 dias, a menos que assim receitado pelo seu médico. Tome apenas a dose recomendada, no período prescrito, de acordo com as instruções do seu médico e a bula do remédio.

Sinta-se bem!

"As informações e sugestões contidas neste site são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.”


Fonte: Nina K.