A depressão é
um transtorno mental bastante comum atualmente. Segundo o Ministério da Saúde,
estima-se que, na América Latina, 24 milhões de pessoas sofram com a doença.
Diversos estudos vêm apontam a relação a doença com o aparecimento de outros
problemas de saúde. O mais recente foi publicado no dia 16 de maio no periódico
norte-americano Stroke. A pesquisa, realizada pela School of
Population Health at the University of Queensland, na Austrália, mostra que
mulheres que sofrem de depressão têm quase duas vezes mais chances de sofrer um
acidente vascular encefálico (AVC) em
comparação com mulheres da mesma faixa etária que não sofrem com o
problema.
Os pesquisadores coletaram informações de mais de
10.000 mulheres com idade entre 47 e 52 anos. Elas responderem perguntas sobre
saúde física e mental a cada três anos entre 1998 e 2010. Na pesquisa, 24%
delas disseram sofrer de depressão. Durante o estudo, 177 mulheres tiveram seu
primeiro AVC. Após eliminar outros fatores que aumentam risco de derrame - como
tabagismo, alcoolismo e hipertensão -, mulheres com depressão mostraram-se 1,9
vezes mais propensas a ter um AVC em comparação com mulheres que não tinham
depressão.
Este não é o primeiro que mostrou tal relação. O
norte-americano Nurses' Health Study encontrou um risco 30% maior de
AVC entre mulheres com depressão. No entanto, este é um dos estudos mais amplos
já realizados sobre esta relação. Segundo os pesquisadores, esta pesquisa
agrega evidência científica à discussão e chama atenção para a necessidade de
adequados prevenção, diagnóstico e tratamento da depressão entre mulheres na
faixa dos 50 anos.
Sete atitudes que
ajudam no tratamento da depressão
Sentir uma tristeza muito profunda, que não passa,
é motivo suficiente para procurar um profissional de saúde mental, que poderá
receitar medicação e terapia. Mas além do tratamento, quem sofre desse mal
também pode tomar atitudes que melhoram o quadro da doença. Confira a seguir.
Pratique exercícios físicos
A saúde da mente começa pelo corpo. "O
exercício físico libera endorfinas e aumenta os níveis de serotonina e
dopamina, potencializando o efeito antidepressivo do tratamento", explica
a neurologista Thais. Além disso, o organismo só funciona adequadamente se
estiver com o equilíbrio de fatores físicos, psíquicos e sociais. "Quando
algum desses fatores é prejudicado ou beneficiado, os demais sofrem as
consequências", diz a psicóloga e terapeuta comportamental Denise Diniz,
coordenadora do Setor de Estresse e Qualidade de Vida da Unifesp. Dessa forma,
se o paciente com depressão consegue ânimo para se exercitar, também conseguirá
melhorar questões psíquicas, tais como a depressão.
Mantenha
a agenda em dia
Uma das principais manifestações da depressão é a
falta de iniciativa e de vontade para realizar até mesmo tarefas cotidianas,
como levantar-se da cama. "Fazer uma agenda e programar o dia ajuda a dar
motivação e compensar essa defasagem", afirma Adriana de Araujo, psicóloga
e autora do livro "O Segredo Para Vencer a Depressão" (Editora
Universo).
No entanto, todo cuidado é pouco na hora de
estabelecer as atividades do dia. Adriana conta que fica difícil para o
paciente com depressão seguir a mesma rotina de antes da doença. A agenda deve
ser realista, de acordo com a capacidade dessa pessoa. "Se os desafios
estabelecidos não são cumpridos, a sensação de fracasso aumenta, piorando o
quadro da doença", alerta.
Alimente-se bem
Comer demais ou simplesmente não comer é clássico
de quem sofre de depressão. Mas manter a alimentação saudável é um passo
importante para a recuperação. Thais Rodrigues explica que jejuns prolongados
demais ou exageros alimentares modificam a química do corpo, em especial entre
aqueles que abusam de carboidratos simples,
como doces, em busca de conforto. "Isso provoca variações bruscas nos
níveis de glicemia, insulina e serotonina", diz a neurologista. O indicado
pela especialista é comer a cada três ou quatro horas, preferindo carboidratos
integrais e alimentos com triptofano, um aminoácido que ajuda na produção de
serotonina. Exemplos desses alimentos são: leite, carnes magras, banana e
nozes.
Fuja do álcool
Embora a sensação inicial causada pelo álcool seja
de relaxamento e euforia, o sentimento dura pouco. "Depois que esse efeito
passar, a pessoa precisará consumir mais álcool, existindo o perigo do abuso e
até do vício", alerta a neurologista Thais.
Volte a ver beleza nas pequenas
coisas
"Quando você resgata uma coisa menor, torna
mais fácil aproveitar coisas maiores", aconselha a psicóloga Adriana de
Araújo. Volte a observar as coisas simples do dia a dia, ou seja, tente admirar
uma flor, o gosto de uma comida, apreciar uma caminhada de 10 minutos, olhar o
pôr-do-sol, entre outras distrações. ?A depressão tira a atenção das coisas
belas e prazerosas da vida, então você tem que reaprender a focar no que não
consegue ver por causa da doença?, afirma a profissional.
Ocupe-se com atividades
divertidas
A partir do momento que as pequenas belezas da vida
estiverem mais evidentes, fica mais fácil recomeçar a encarar atividades que um
dia já foram divertidas. Se isso não parece animador, então procure novas
diversões. Busque novidades, aprenda coisas novas e prazerosas, viaje, fuja das
notícias ruins e das pessoas negativas. "Evitar a exposição, na medida do possível,
a informações negativas e aumentar as positivas ajuda muito", aconselha a
neurologista Thais Rodrigues.
Reconquiste uma boa noite de sono
Pessoas com depressão, geralmente, dormem demais ou
não conseguem pegar no sono.
Segundo a neurologista Thais Rodrigues, isso ocorre devido a alterações nos
níveis de serotonina e noradrenalina, hormônios que regulam o sono. "O
problema é que o sono é essencial para o cérebro regular novamente esses
hormônios e amenizar os efeitos da depressão", afirma. Se o problema for
falta de sono, a psicóloga Denise indica exercícios de respiração, que relaxam
e facilitam o adormecer. Se dormir demais for o problema, a psicóloga Adriana
recomenda pedir a alguém próximo que o desperte quando achar que você está
passando da conta.
(minhavida)