Câncer de pele, filtro solar e sol: novas
descobertas e mitos derrubados
Estudos científicos atuais
contradizem a teoria de que o sol pode favorecer o câncer de pele; pelo
contrário, mostram que ele pode ser fundamental para evitá-lo
Por DR. John
Briffa, Epoch Times em Saúde - Medicina - Bem-Estar
Ao contrário do que se pensava, tomar
sol naturalmente pode ser essencial para combater o câncer de pele
(Jim.henderson/Wikimedia Commons)
Quase caí da
cadeira em meu escritório quando li um artigo do oncologista e professor Angus
Dalgleish, especialista em câncer, no Daily Mail no dia 24 de maio: “Sim! Uma
dose de sol PODE proteger você contra o câncer de pele”.
Dalgleish tem um
interesse particular em melanoma maligno. No artigo, ele chama nossa atenção
para a ligação entre a vitamina D e o câncer, incluindo a ligação entre os
baixos níveis de vitamina D e o melanoma.
Ele mostra que por
causa das propagandas contra o sol, com as quais muitos de nós ficamos
familiarizados ao longo de nossas vidas, isto pode ter ocasionado uma
deficiência crônica da vitamina D nas pessoas. A implicação está clara: nossa
recomendação sobre a exposição ao sol pode estar contribuindo para o aumento da
incidência de câncer, incluindo o melanoma.
Em abril, eu
escrevi sobre a relação entre a luz solar e o melanoma, e apresentei algumas
observações do dermatologista Dr. Sam Shuster, incluindo estes fatos:
• A relação entre o
melanoma e a latitude é pequena e inconsistente (em outras palavras, os locais
mais próximos do equador com mais exposição à luz solar não têm aumento
significante na incidência do melanoma maligno).
• A incidência do
melanoma maligno, e morte como consequência, são menores em indivíduos com
maior exposição à luz solar (são mencionados 11 estudos como evidência disto).
• A incidência de
melanoma maligno não diminui e pode aumentar com o uso de protetor solar.
• O risco do
melanoma associado ao uso da cadeira de sol é “pequeno e inconsistente”.
• Desenvolver um
melanoma maligno em laboratório usando luz ultravioleta é difícil (em contraste
com outros cânceres de pele menos agressivos e mais tratáveis).
Os comentários de
Dalgleish ainda levantam a questão sobre a orientação geral que temos a
respeito da exposição ao sol e aos riscos que isto apresenta especificamente
com relação ao melanoma. Suas ideias vão um tanto contra o pensamento
convencional, e eu acredito que ele deveria ser aplaudido por injetar alguma
objetividade no debate.
Eu não conheço
Angus Dalgleish pessoalmente, mas minha suspeita é de que ele é um homem que
pensa por si próprio e se preocupa em tratar seus pacientes com o maior cuidado
e orientação possíveis. Eu também acho que provavelmente seja verdade que ele e
sua área de trabalho não recebem fundos dos fabricantes de protetores solar.
O Dr. John
Briffa é um médico de Londres e escreve sobre saúde, com interesse em nutrição
e medicina natural. Seu website é Drbriffa.com