sexta-feira, 3 de abril de 2015

NOVOS MITOS DERRUBADOS SOBRE SOL X CÂNCER DE PELE X FILTRO SOLAR

Câncer de pele, filtro solar e sol: novas descobertas e mitos derrubados
Estudos científicos atuais contradizem a teoria de que o sol pode favorecer o câncer de pele; pelo contrário, mostram que ele pode ser fundamental para evitá-lo


Ao contrário do que se pensava, tomar sol naturalmente pode ser essencial para combater o câncer de pele (Jim.henderson/Wikimedia Commons)
Quase caí da cadeira em meu escritório quando li um artigo do oncologista e professor Angus Dalgleish, especialista em câncer, no Daily Mail no dia 24 de maio: “Sim! Uma dose de sol PODE proteger você contra o câncer de pele”.
Dalgleish tem um interesse particular em melanoma maligno. No artigo, ele chama nossa atenção para a ligação entre a vitamina D e o câncer, incluindo a ligação entre os baixos níveis de vitamina D e o melanoma.
Ele mostra que por causa das propagandas contra o sol, com as quais muitos de nós ficamos familiarizados ao longo de nossas vidas, isto pode ter ocasionado uma deficiência crônica da vitamina D nas pessoas. A implicação está clara: nossa recomendação sobre a exposição ao sol pode estar contribuindo para o aumento da incidência de câncer, incluindo o melanoma.
Em abril, eu escrevi sobre a relação entre a luz solar e o melanoma, e apresentei algumas observações do dermatologista Dr. Sam Shuster, incluindo estes fatos:
• A relação entre o melanoma e a latitude é pequena e inconsistente (em outras palavras, os locais mais próximos do equador com mais exposição à luz solar não têm aumento significante na incidência do melanoma maligno).
• A incidência do melanoma maligno, e morte como consequência, são menores em indivíduos com maior exposição à luz solar (são mencionados 11 estudos como evidência disto).
• A incidência de melanoma maligno não diminui e pode aumentar com o uso de protetor solar.
• O risco do melanoma associado ao uso da cadeira de sol é “pequeno e inconsistente”.
• Desenvolver um melanoma maligno em laboratório usando luz ultravioleta é difícil (em contraste com outros cânceres de pele menos agressivos e mais tratáveis).
Os comentários de Dalgleish ainda levantam a questão sobre a orientação geral que temos a respeito da exposição ao sol e aos riscos que isto apresenta especificamente com relação ao melanoma. Suas ideias vão um tanto contra o pensamento convencional, e eu acredito que ele deveria ser aplaudido por injetar alguma objetividade no debate.
Eu não conheço Angus Dalgleish pessoalmente, mas minha suspeita é de que ele é um homem que pensa por si próprio e se preocupa em tratar seus pacientes com o maior cuidado e orientação possíveis. Eu também acho que provavelmente seja verdade que ele e sua área de trabalho não recebem fundos dos fabricantes de protetores solar.

O Dr. John Briffa é um médico de Londres e escreve sobre saúde, com interesse em nutrição e medicina natural. Seu website é Drbriffa.com