segunda-feira, 15 de abril de 2013

RESPINGOS DE LUZ


Uma senhora, amiga de Chico, pensou em fazer algo mais, além de orar pelo filho que cometera suicídio, essa porta falsa pela qual pessoas que pretendem fugir do sofrimento acabam por mergulhar em exacerbadas dores. 

Poderia levar flores no cemitério, acender velas, mas, espírita, sabia que nada disso tem significado maior para o desencarnado, principalmente o suicida, às voltas com desequilíbrios superlativos que o torturam. 

Pensou em algo mais palpável, uma ajuda mais efetiva ao filho amado, cuja situação muito a afligia. 

Pediu orientação ao Chico, que lhe recomendou fizesse uma doação de alimentos a um abrigo para idosos. 

O médium a acompanhou, gentil, ajudando-a a transportar os alimentos. 

Ao deixarem a instituição, revelou-lhe: 

– Quando você fez a entrega do donativo, vi formar-se um raio de luz em direção ao seu filho, no Plano Espiritual. Em meio às amarguras que enfrenta, ele sentiu abençoado lenitivo. Pela primeira vez, desde o gesto tresloucado, sorriu, aliviado. 

Bem, prezado leitor, antes que você imagine que um episódio dessa natureza não deveria estar presente numa coluna de jornal que se propõe a destacar fatos que fazem rir, na vida de Chico Xavier, devo-lhe dizer que desta feita a intenção foi mais modesta. 

Ficarei satisfeito com simples sorriso. 

Sorriso edificante, aliviado, consolador, de quem descobre, se ainda não o fez, o melhor caminho para beneficiar nossos amados que partem: 

Praticar, em seu nome, gestos de bondade. 

Recordo outro episódio, envolvendo a manifestação de um jovem desencarnado, por intermédio de Chico. 

Dirigindo-se à sua mãezinha, que levava flores diariamente ao seu túmulo, dizia-lhe: 

– Mamãe, aprecio seu carinho, mas não precisa ir ao cemitério para cultivar minha memória. Lá estão apenas meus ossos. Ficarei bem mais feliz se a senhora usar o dinheiro das flores na compra de pães a serem distribuídos aos pobres. 

Em outra manifestação, um filho recomenda à mãe, pela psicografia de Chico, que distribua seus objetos de uso pessoal, bem como roupas, sapatos e móveis, a jovens carentes. 

Eis que a senhora, prisioneira do desalento desde sua desencarnação, descobriu que, ao cumprir aquela solicitação, libertava-se da fixação mórbida no quarto do jovem, transformado em santuário intocável, o que apenas acentuava sua dor e o perturbava no Além. 

Os espíritos desencarnados, mesmo aqueles que estão preparados para a vida espiritual, situam-se, em princípio, ligados psiquicamente aos familiares, colhendo muito de suas impressões e sentimentos, o que pode ajudá-los ou atrapalhá-los, de conformidade com seu teor. 

Dores exacerbadas, angústias incontidas, desespero, revolta, inconformação, são venenos para a alma, que respingam doloridamente nos que partiram. 

Os episódios que narramos, e incontáveis outros de que tomam conhecimento os participantes de reuniões mediúnicas, demonstram como é importante nossa postura em situações dessa natureza. 

Aceitação, serenidade, confiança em Deus, cultivo da fé, tudo isso ameniza nossos padecimentos e situa-se por abençoado alento para o “morto”. 

Podemos fazer ainda melhor! 

Cultivemos gestos de solidariedade e beneficência junto aos carentes da Terra, rogando a Deus transforme nossas ações em benesses para ele. 

Brando conforto nos felicitará, com abençoados respingos de luz em favor de nossos amados, a iluminar seus caminhos na espiritualidade.
por Richard Simonetti,
Fonte: Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

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