Mudanças muito
simples mesmo fazem ele bater mais forte
O Ministério da Saúde estima que
31,5% dos óbitos no Brasil são provocados por doenças cardiovasculares,
tornando-se a primeira causa de morte entre a população brasileira. A
doença mata por ano, 7.6 milhões de pessoas no mundo todo, devido às suas complicações
como AVC, infarto, entre outras.
A hipertensão arterial e
obesidade são consideradas duas das maiores vilãs da saúde do coração. Segundo
dados do Ministério, cerca de 30 milhões de brasileiros
têm hipertensão e há outros 12 milhões de brasileiros que ainda não
sabem que possuem a doença no Brasil. Quando não controlada, a pressão arterial
causa lesões na artéria aorta e provoca a sobrecarga do coração, que fica com o
músculo mais rígido, aumenta de tamanho e fica inchado. Já o excesso de peso, principal
causador da hipertensão, exige um esforço maior não só do coração, mas também
de todo o sistema circulatório, sendo a principal causa do aumento da pressão e
podendo levar ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca, ou seja, da
diminuição da capacidade do coração de cumprir a sua função de bombear
efetivamente o sangue, que corre por todo o corpo, alimentando órgãos e tecidos
vitais. Por isso, manter hábitos saudáveis é fundamental para blindar o
coração. A seguir, confira 12 maneiras de proteger esse órgão vital.
O
colesterol alto, que causa a hipertensão e obstrui as artérias co coração, é um
dos efeitos do excesso de estresse. A ansiedade aumenta a liberação de cortisol
no organismo, hormônio que faz crescer a concentração de glicose no sangue,
desencadeando problemas como diabetes, altos níveis de triglicérides e
descontrole de colesterol. Cada vez que você fica ansioso, a quantidade de
radicais livres que passam a circular no seu organismo aumenta. Com a
ansiedade, a presença dos radicais livres no organismo aumenta, podendo gerar o
agravamento de problemas cardíacos. Isso porque eles interagem com o colesterol
em excesso no organismo, formando placas nas paredes dos vasos sanguíneos, além
de piorar certas doenças inflamatórias e causar envelhecimento.
Prefira
os óleos vegetais. Na luta para abaixar os níveis de colesterol, em vez de
apenas restringir o consumo dos tradicionais vilões do coração (como as
gorduras saturadas), você pode recorrer à ajuda de alguns mocinhos. O óleo de
canola e o azeite de oliva são bons exemplos de alimentos que você deve incluir
na dieta. Segundo a nutricionista Roberta Stella, as gorduras monoinsaturadas
presentes nos dois tipos de óleos vegetais ajudam a reduzir as taxas de LDL, o
mal colesterol. Já os óleos vegetais ricos em gorduras poliinsaturadas, como o
de soja, girassol e milho, aumentam os níveis de HDL, considerado como bom
colesterol. A dica da especialista, portanto, é, além de ficar de olho na
quantidade de gorduras saturadas e trans, dar preferência aos alimentos com
maior quantidade de gorduras mono e poli-insaturadas.
Maneire
nas carnes. Principalmente a carne vermelha apresenta uma quantidade maior de
colesterol. Ainda mais se conter capas generosas de gordura. Porém, isso não
significa que elas devem ser totalmente excluídas do seu cardápio.
"Controlando a ingestão dos outros alimentos fontes de colesterol, é
possível ingerir carne vermelha até três vezes por semana", diz a
nutricionista Roberta Stella. O fato de as carnes vermelhas oferecerem mais
colesterol, no entanto, não faz com que os outros tipos de carnes possam ser
consumidos à vontade. De acordo com Roberta, as carnes brancas e magras também
possuem colesterol e, por isso, devem ser dosadas. "Os alimentos que
contêm colesterol devem ser monitorados de uma forma geral. Leve em conta que o
total da gordura obtido em um dia deve ser menor que 300 mg", completa.
Uma dica: 100 gramas de contra-filé grelhado com gordura contêm 144 mg de
colesterol. Sem a gordura, a quantidade diminui para 102 mg.
Até o
açúcar? Isso mesmo. Um estudo publicado no Journal of American Medical
Association sugere que, assim como uma dieta rica em gordura pode aumentar os
níveis de triglicerídeos e colesterol, a ingestão de açúcar também pode afetar
as taxas de lipídios. Para a realização do estudo, foram analisados os níveis
de lipídios no sangue em mais de seis mil homens e mulheres adultos. Os
pesquisadores descobriram que pessoas que consumiam mais açúcar tinham maior
propensão de ter uma doença cardiovascular. Os cientistas não sabem ao certo
que processo está envolvido nessa ligação do açúcar com o colesterol, pois até
hoje, o que se sabia era a associação entre o consumo de açúcar e o diabetes.
No estudo, o grupo de maior consumo ingeria uma média de 46 colheres de chá de
açúcares "escondidos" nos alimentos por dia. O grupo de menor consumo
ingeria uma média de apenas cerca de três colheres de chá por dia.
Vegetais
- sempre! Um importante estudo científico divulgado no periódico americano
Circulation demonstrou que o consumo de proteínas de origem vegetal está
associado à redução da pressão arterial, ao mesmo tempo em que confirmou
estudos anteriores de que o consumo total de proteínas não aumenta os níveis de
pressão sanguínea. O ácido glutâmico, principal aminoácido encontrado nas
proteínas vegetais, é um dos micronutrientes que ajudam a controlar a pressão
arterial. Essa é uma das formas de se explicar a razão pela qual os
vegetarianos têm menor tendência a desenvolver hipertensão arterial.
Vitamina
D. Um estudo realizado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos,
revelou que 20% dos casos de hipertensão em mulheres estão associados ao
descontrole dos níveis da pressão arterial em decorrência da falta de vitamina
D no organismo. Este nutriente pode ser encontrado em alimentos como a
manteiga, gema de ovo, fígado, entre outros, mas sua principal fonte de
absorção é a luz solar. Portanto, 15 minutinhos de exposição ao sol são mais do
que recomendados. O nutriente também é importante no processo de absorção de
cálcio e fósforo no intestino e na mineralização, ou seja, crescimento e reparo
dos ossos.
Sono
reparador. Estudos recentes apontam que cerca de 40% dos indivíduos hipertensos
sofrem também de apneia obstrutiva do sono, alertando para uma relação entre as
doenças. A apneia atinge aproximadamente sete em cada 100 pessoas e a
incidência é maior no sexo masculino. Estima-se que 24% dos homens de
meia-idade e 9% das mulheres são afetados pela apneia. A doença caracteriza-se
pelo ronco que segue em um mesmo ritmo, vai ficando mais alto e, de repente, é
interrompido por um período de silêncio. Neste momento, a pessoa fica
totalmente sem respiração, mas, logo o ronco volta ao ritmo inicial. Segundo o
presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Artur Beltrame
Ribeiro, quem sofre de apneia do sono apresenta mais variabilidade da pressão e
o aumento está ligado à lesão dos órgãos-alvo, como coração, cérebro e rins.
Além disso, uma noite bem dormida tem a ver com viver mais, de acordo com um
estudo da Universidade de Warwick e da Universidade Federico II, na Itália. De
acordo com os pesquisadores, quem dorme menos de seis horas ou mais de oito ao
dia tem 12% a mais de chance de morrer. Com a qualidade do sono prejudicado,
crescem os ricos de acidentes, por conta da sonolência, e de ataques cardíacos
em função do estresse.
Vinho
sim! Um estudo publicado no "Public Library of Science One", mostra
que pequenas doses de resveratrol, um tipo de substância antioxidante presente
nas uvas, em especial as tintas, protegem o coração contra o envelhecimento e
reduzem os níveis de colesterol ruim, o LDL. No entanto, não vale exagerar: uma
taça de vinho por dia é suficiente para dar proteger o coração sem maltratar o
fígado, por conta do teor alcoólico.
Ouça a
música do coração. Um estudo realizado pela Universidade de Maryland, nos EUA,
com 10 participantes que não tinham nenhuma doença aparente constatou que
quando eles ouviam por 30 minutos suas músicas preferidas ocorria a dilatação
dos vasos sanguíneos. Esse gesto se equipara a reação de uma gargalhada, ao
fazer atividades físicas ou quando tomavam medicações para o sangue. O diretor
da cardiologia da instituição, Michael Miller, explica que ocorreu um aumento
de 26% no diâmetro dos vasos, enquanto ao ouvirem uma música que não agradava
ocorria uma redução de 6%. Dessa forma, o sangue flui mais facilmente,
reduzindo as chances de formação de coágulos que causam infartos e derrames,
além de reduzir os riscos do endurecimento dos vasos, característicos da
aterosclerose.
Maneire
no sal. Pesquisas científicas já comprovaram a relação direta entre o consumo
de sódio e a hipertensão arterial. De acordo dados da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, o brasileiro consome em média 12 gramas de sal por dia, quando o
recomendado seria limitar essa ingestão a 6 gramas. Em geral, a quantidade é
alta porque, além do sal contido no alimento industrializado, as pessoas não
dispensam apelar para o saleiro durante as refeições. De acordo com a
nutricionista Eliane Cristina de Almeida, da Unifesp, o maior perigo do sódio é
que ele está escondido nos alimentos. "Alimentos como fast-food, comida
congelada, salgadinhos, biscoitos, refrigerantes, cereal matinal, embutidos,
chocolate, carne bovina, leite e derivados contém boa quantidade de sódio que
não costumamos perceber", diz a especialista.
Use fio
dental. Uma pesquisa feita por cientistas da Itália e do Reino Unido, publicada
no site do Jornal da Faseb (do inglês, "The Federation of American
Societies for Experimental Biology"), mostra que gengivas infectadas podem
ser um fator de risco para desenvolver problemas no coração. De fato, uma
adequada higiene dental pode reduzir o risco de aterosclerose, derrame e
doenças no coração, independentemente de outras medidas, como o controle do
colesterol. "Há muito tempo se suspeita de que a aterosclerose é um
processo inflamatório e que a doença periodontal tem um importante papel na
aterosclerose", afirma Mario Clerici, pesquisador do estudo.
Dieta mediterrânea. A dieta típica
da região banhada pelo Mar Mediterrâneo , ela é conhecida por seus benefícios
ao coração. Os principais participantes dos pratos são as gorduras protetoras,
que agem contra o desenvolvimento de doenças cardiovasculares , diz a
nutricionista do Minha Vida, Roberta Stella. Ela aumenta o nível de colesterol
bom (HDL) e diminuir as taxas do colesterol ruim (LDL) do sangue, além de
evitar a obstrução das artérias. Dentre as principais características dessa
dieta, estão o baixo consumo de carne vermelha, a ingestão de frutas, cereais e
nozes, o alto consumo de peixes, o consumo moderado de vinho e o azeite de
oliva como fonte de gordura saudável. Além disso, os peixes contêm ômega 3,
reconhecido como um nutriente cardioprotetor, isto é, beneficia a saúde cardiovascular.
POR MINHA VIDA - PUBLICADO EM 26/09/2010